Ariel Sharon costumava dizer que seu pai e sua mãe viveram ambos mais de 90 anos essencialmente porque se recusaram a morrer, e brincava afirmando que, por isso, seus adversários políticos tinham motivo para ter medo. O antigo primeiro-ministro israelense e um dos mais renomados combatentes das forças armadas do país continua vivo, por enquanto, tendo completado 79 anos em fevereiro de 2007.
Ainda assim, nem Sharon, nem ninguém, imaginaria que ele estaria em coma desde a noite de 4 de janeiro de 2006. Naquele dia, o líder israelense sofreu um segundo derrame cerebral, uma semana depois de deixar o hospital onde havia sido tratado por incidente semelhante. Naquela semana, o primeiro-ministro, que havia sido instruído por seus médicos a trabalhar no máximo quatro horas por dia, ignorou as restrições que lhe haviam sido impostas e retomou seu ritmo de trabalho habitual de 18 horas diárias.
Um dos médicos responsáveis por Sharon disse ao Vanguardia que a esperança da equipe é que um milagre permita que Sharon desperte do coma e possa retornar à família e, apesar das limitações que sua enfermidade causa, reencontrar os netos. Mas o médico afirma que "isso é mais que improvável".
Uma das enfermeiras do hospital Shiba, ao qual o líder foi transferido nos últimos meses, comentou, com um suspiro: "É como se ele se negasse a morrer e se apegasse ao pouco de vida que lhe resta". No começo, os meios de comunicação israelense informavam sobre movimentos de olhos ou elevações de pressão arterial quando Sharon ouvia as vozes dos filhos, Guilad e Omri. Mas agora praticamente não são mais divulgadas informações sobre o seu estado. É como se ele fosse um morto vivo.
(Henrique Cimerman in La Vanguardia)
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